sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Cure o Mundo!

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Dizer o quê? Disse tudo!

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Feliz Natal com U2

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Que céu é este?



Ainda bem que eu vou
Morar no céu
Ainda bem que eu vou morar com Deus

O mundo está cheio de horror
Os mentirosos reinam sem pudor
Mentes brilhantes planejando o mal
Mas eu não desanimo pois sou sal

A integridade foi pro além no mundo ninguém
Ama mais ninguém
Mas Jesus disse filho, eu vou voltar, pra te buscar

Ainda bem...

Restaura a tua casa oh senhor
Acabe o show, restaura o louvor
Riqueza e fama agora é a pregação
Já não se fala mais em salvação

O mundo esta tentando enganar
Aquele que o bom Deus virá buscar
Mas permaneço firme, forte eu levo a minha cruz
Pois eu sou luz.

Esta canção cantada pelo ex-Olodum Lázaro reflete a crença da maioria dos cristãos evangélicos no Brasil. É uma pena que ele e tantos pensem assim. E é por esta postura escapista por parte dos cristãos, que o mundo está desta maneira. Compositor sequer percebe a incoerência de sua canção. Ele afirma que é sal, e por isso não desanima. Ora, pra quê serve o sal? Para preservar e realçar o sabor. Não é o céu que precisa ser salgado, e sim o mundo em que vivemos.

Sinceramente, prefiro a Terra dos valentes ao céu dos covardes.

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Previsão ou Defesa do Futuro?

Quem não tem curiosidade de saber o que o futuro lhe reserva? Se o futuro já está escrito e determinado, teríamos alguma responsabilidade de garanti-lo?

Plagiando a vinheta de final de ano da Globo, de fato, o futuro já começou.

Cada acontecimento tem caráter seminal, e trará, inevitavelmente, resultados que afetarão nosso futuro. O "agora" está grávido do amanhã. O romper de um novo ano é como um parto, cuja concepção se deu em algum "agora" passado, e a gestação se deu ao longo do ano que se encerra. Nas sábias palavras do salmista: "Um dia anuncia outro dia, e uma noite noite mostra sabedoria a outra noite" (Sl.19:2). Parafraseado, um ano anuncia o outro ano. O que foi plantado ao longo do ano que se vai, será colhido ao longo do ano que chega.

Nesta reflexão, quero tomar como exemplo o profeta Eliseu, e sua preocupação para com o futuro de uma família que o acolhera, e a quem ele beneficiara, restituindo-lhe o filho que morrera (II Reis 8:1-15).

Leiamos:

“Ora, Eliseu havia dito à mulher cujo filho ele restaurara à vida: Levanta-te e vai, tu e a tua família, e mora onde puderes, porque o Senhor chamou a fome, a qual virá à terra por sete anos. Levantou-se a mulher e fez conforme a palavra do homem de Deus. Foi com a sua família, e habitou na terra dos filisteus durante sete anos.”

Eliseu sentiu-se responsável pelo bem-estar e pelo futuro daquela família. De que adiantaria restituir a vida do menino, sem garantir-lhe o direito de desfrutá-la plenamente?

Até aonde vai a nossa responsabilidade, enquanto igreja do futuro, para com aqueles a quem temos alcançado? Será que se encerra no âmbito espiritual? O fato de lhes ter anunciado a vida eterna em Cristo já seria suficiente? Ora, não se pode compartimentar a existência humana, atribuindo maior valor a uma dimensão em detrimento de outras. Uma igreja voltada para o futuro deve acolher o indivíduo por inteiro, incluindo suas aspirações, sua vocação, suas potencialidades.

Deus revelara ao profeta que uma fome se abateria sobre as terras de Israel. Imediatamente, ele se lembrou daquela família, que com tanto carinho o hospedou em sua casa por longo tempo. A atitude de Eliseu deve servir como modelo para uma igreja que exerça sua função profética na sociedade. O mal não pode ser ignorado, mas deve ser denunciado, e suas conseqüências devem ser anunciadas, dando oportunidade para que as pessoas fiquem precavidas, e o pior possa ser evitado.

Jesus fez o mesmo quando anunciou a destruição de Jerusalém, trinta anos antes que acontecesse. Seus discípulos foram advertidos para que deixassem imediatamente a cidade, tão logo ela fosse cercada pelo exército romano.

Terminada a fome que abatera em Israel, aquela mulher voltou para a sua propriedade, e em uma audiência com o rei, reivindicou a restituição de seus bens (v.3).

O que mais chama a minha atenção neste texto é a maneira como Deus tece as circunstâncias para beneficiar àquela mulher e a sua família. Afinal, nada acontece por acaso. Há um Deus que é Senhor absoluto das circunstâncias. Ele não dá ponto sem nó.

Talvez aquela mulher não pudesse compreender a razão pela qual Deus permitira que seu filho amado morresse. Afinal, Deus o havia dado sem que ela pedisse. Agora, não fazia sentido algum Deus lhe tomar o único filho.

É claro que ela ficou sobremodo agradecida e alegre quando Deus lhe restituiu o menino, porém, não podia supor a maneira como esse milagre alteraria o rumo de sua vida.

Tudo o que Deus faz em nossa vida, não visa apenas o prazer momentâneo, mas principalmente a repercussão disso em nosso futuro. Quando aquela mulher adentrou a sala real, ela interrompeu uma conversa entre o rei e Geazi, discípulo do profeta Eliseu.

O teor da conversa? Adivinha!

O rei, curioso, queria saber das últimas proezas do profeta. “Conta-me, peço-te, todas as grandes obras que Eliseu tem feito. Contando ele ao rei como Eliseu restaurara à vida um morto, a mulher cujo filho ele havia restaurado à vida clamou ao rei que lhe devolvesse a sua casa e as suas terras. Disse Geazi: Ó rei, meu senhor, esta é a mulher, e este o seu filho a quem Eliseu restaurou à vida” (vv.4-5). Coincidência? Não! Providência!

Ora, seu objetivo ali era reclamar a devolução de suas propriedades, e não contar o que Deus lhe havia feito por intermédio de Eliseu. Mas Deus, que escreve sempre certo, e com linhas muito bem traçadas, proveu um meio de tornar aquela reivindicação uma prioridade para o rei.

Ao contar com detalhes o que acontecera com seu filho “o rei lhe designou um oficial, dizendo: Faze restituir-lhe tudo o que era seu, e todas as rendas do campo desde o dia em que deixou a terra até agora” (v.6).Que bela surpresa! Além de ter suas terras de volta, ela ainda recebeu do rei tudo o que ela deixou de colher todos aqueles anos.Tudo por causa do testemunho que Geazi deu acerca do milagre operado por Deus na vida daquela mulher.De fato, a repercussão de um testemunho pode abrir muitas portas.Não há fatos isolados. Se um abismo chama outro abismo, uma bênção tem o poder de atrair outras tantas.Jamais ela poderia supor que a ressurreição de seu filho fosse impactar de tal maneira o coração daquele rei, a ponto de ele restituir-lhe os anos perdidos.

Mas o capítulo 8 de II Reis não termina aqui. Embora este episódio tenha tido um final feliz, o texto prossegue contando um caso contrastante, que nos leva a meditar um pouco mais acerca do futuro daqueles por quem somos responsáveis.Caminhemos um pouco mais pelo texto:

“Eliseu foi a Damasco, e Ben-Hadade, rei da Síria, estava doente. Quando anunciaram ao rei: O homem de Deus chegou aqui, disse ele a Hazael: Toma um presente contigo e vai encontrar-te com o homem de Deus. Por intermédio dele pergunta ao Senhor: Sararei eu desta doença? Foi Hazael a encontrar-se com ele, e levou um presente consigo, a saber, quarenta camelos carregados de tudo o que era bom de Damasco. Veio, pôs-se diante dele, e disse: Teu filho Ben-Hadade, rei da Síria, me enviou a ti para perguntar: Sararei eu desta doença? Respondeu-lhe Eliseu: Vai, e dize-lhe: Certamente sararás. Mas o Senhor me mostrou que ele morrerá. E olhou para Hazael, fitanto nele os olhos até que este se sentiu envergonhado. Então o homem de Deus chorou. Perguntou Hazael: Por que chora o meu Senhor? Respondeu ele: Porque sei o mal que hás de fazer aos filhos de Israel. Porás fogo às suas fortalezas, os seus jovens matarás à espada, os seus meninos despedaçarás, e as suas mulheres grávidas fenderás.”

Vislumbrar o futuro pode ser gratificante, mas também pode ser aterrorizador. Eliseu teve um vislumbre do futuro e ficou indignado. Aquele moço enviado pelo rei para presentear o profeta representava uma ameaça ao futuro do povo de Israel. Embora fosse apenas um serviçal, seu destino era ser o próximo monarca da Síria. Ele mesmo retrucou o profeta, quando se viu embaraçado diante do olhar perscrutador de Eliseu: “Como é que teu servo, que não passa de um cão, poderia fazer tão grande coisa? Respondeu Eliseu: O Senhor me mostrou que hás de ser rei da Síria.”

Os jovens seriam mortos à espada, os meninos seriam despedaçados, e as grávidas seriam partidas ao meio... Que desgraça!

Imagino o que se passou na cabeça de Eliseu. Talvez houvesse pensado até em tirar a vida daquele rapaz ali mesmo, para evitar o pior.

A preocupação do rei era apenas com o seu futuro. Porém, a preocupação do profeta era com o futuro do seu povo. De fato, o rei sararia. Ele não morreria vítima daquela enfermidade, mas de um assassinato.

Interessante perceber que o texto fala de duas realidades opostas. Na primeira, um menino é restituído ao seio da família, para que seu testemunho garantisse a restauração de todos os bens perdidos por sua família durante o tempo de fome em Israel. Na segunda, um rapaz enviado como mensageiro de um rei representava um futuro ameaçador para o povo de Israel.

Dois “futuros” radicalmente opostos e contrastantes.

Eliseu tinha olhos clínicos, capazes de distinguir os espíritos, os propósitos do coração, e vislumbrar o futuro.

Quantos jovens e meninos abandonados pela nossa sociedade, que vêm ao nosso encontro para trazer um recado do futuro?Aquela criança que hoje ignoramos nos sinais de trânsito, é a mesma que amanhã poderá invadir nossa casa e manter nossa família refém.

Ah, se tão-somente fôssemos mais sensíveis à voz que nos vem do futuro para nos avisar.

O futuro sempre envia seus mensageiros!

Alguns deles trazem mensagens de esperança, enquanto outros nos vêm para despertar nossa consciência, a fim de fazermos algo hoje e evitarmos a desgraça que pode estar em nosso caminho.O texto termina revelando que o que Eliseu temia veio a acontecer:

“Então deixou a Eliseu, e voltou a seu senhor, o qual lhe perguntou: Que te disse Eliseu? Respondeu ele: Disse-me que certamente sararás. No dia seguinte, Hazael tomou um cobertor, molhou-o na água e o estendeu sobre o rosto do rei, de modo que este morreu. E Hazael reinou em seu lugar.”

Neste caso em particular, nada foi feito para alterar o rumo das coisas. Porém, há sempre algo que podemos fazer hoje para defender nosso futuro. Um menino que deixa as drogas e retorna à vida hoje, poderá ser a chave para a sobrevivência de toda uma família amanhã.

Que possamos fazer algo agora, em vez de simplesmente ficarmos na expectativa que o pior nos acometa. Ainda que da perspectiva da eternidade o futuro já esteja pronto, para nós que vivemos do lado de cá, o futuro precisa ser construído.

Estou convencido que o papel da igreja do futuro não é apenas garantir vida eterna às pessoas, mas também trabalhar para garantir o futuro deste mundo.

Não nos preocupemos em prever o futuro, mas em defendê-lo desde já, assumindo nossas responsabilidades e atribuições. Afinal, fomos constituídos por Deus como "defensores do futuro"!

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Arquitetos do Amanhã

Oscar Niemeyer, arquiteto brasileiro que em 2007 foi eleito o 9º gênio mundial vivo em uma lista compilada pela empresa Syntetics (Lista dos 100 maiores gênios vivos). Todo brasileiro deveria se orgulhar de ser conterrâneo e contemporâneo deste grande gênio da arquitetura mundial. Além de ser responsável por obras memoráveis como Brasília, ele compôs a equipe responsável pelo projeto da Sede da ONU em Nova York. Mesmo aos cem anos, Niemeyer trabalha todos os dias em seu escritório em Copacabana. Desapegado de dinheiro, trabalha por amor à profissão e tudo que ganha gasta, com a família, com os amigos ou com qualquer outra pessoa que lhe convier. Não acumulou fortuna e doou diversos projetos. Diz-se que a metade do que ele fez ele não cobrou. Da metade que ele cobra ele cobra a metade.

O que mais causa admiração em Oscar Niemeyer é que sua obra tem um tom futurístico, dando a impressão de que ele tenha vindo do futuro. Suas obras continuam sendo consideradas arrojadas, pertencentes a um filme de ficção científica.

O poeta e crítico de artes Ferreira Gullar, declarou acerca dele: "Se é certo - como acredito - que nós, homens, inventamos a vida, o mundo imaginário em que habitamos, Oscar Niemeyer é um dos que mais contribuíram para isso, inventando uma arquitetura que parece nascida do sonho e, com isso, nos ajuda a viver"

Uma das grandes inovações arquitetônicas dele foi o uso do cimento armado para elaboração de curvas. Ele se justifica, dizendo: "Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein."

Sem dúvida, sua obra ficará para a posteridade. O antropólogo Darcy Ribeiro prognostica: “A gente imagina que daqui a 300 anos ainda vão falar de nós, mas é ilusão. Vão lembrar só do Oscar. Sempre haverá alguém estudando a obra dele.”

Estou tomando Oscar Niemeyer como exemplo para introduzir um insight que tem ocupado minha mente ultimamente. Está baseado em uma profecia bíblica: "E depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões” (Joel 2:28).

Para alguns, esta profecia ainda vai se cumprir. Entretanto, no dia de Pentecoste, Pedro deixa claro que o fenômeno ocorrido no cenáculo em Jerusalém era o seu cumprimento. O Espírito Santo já foi derramado. E o maior dos sinais provocado por Sua efusão não são as línguas (glossolalia). De acordo com esta profecia, os velhos teriam sonhos e os jovens teriam visões.

Em outras palavras, o derramamento do Espírito transformaria os velhos nos arquitetos do amanhã. Sonhar, neste sentido, nada mais é do que projetar-se para o futuro, enxergar possibilidades, diagnosticar potenciais latentes.

Para a sociedade impregnada de preconceito, o velho pra nada serve. Seu discurso soa ultrapassado, anacrônico, cheirando a naftalina. Ninguém tem paciência de ouvi-lo.

Porém, na perspectiva do Espírito, o velho tem muito a contribuir para o futuro. Talvez não lhe reste força física para trabalhar como dantes, todavia lhe restam forças para sonhar. Sua experiência o habilita como um consultor para as novas gerações.

Emociono-me quando me lembro do meu velho pai, pouco antes de partir, me dizendo: - Meu filho, o problema é que minha mente alcança as estrelas, mas meu corpo se recusa a obedecê-la.

Meu pai sabia que chegara a hora de ceder lugar aos mais jovens, porém sua mente se negava a envelhecer. No dizer de Paulo, o apóstolo, seu homem exterior se desgastara com o tempo, mas seu homem interior se renovava dia após dia.

Davi, o grande monarca de Israel, já tinha em mãos a planta e a maquete para o Templo de Jerusalém, uma das maravilhas do mundo antigo. Bastava dar o start, e o templo seria concluído antes de sua partida. Porém, Deus lhe enviou o profeta Natã para informar-lhe que seu papel foi desenhar, projetar, idealizar, sonhar, mas a seu filho Salomão caberia a construção daquela obra monumental (Leia I Crônicas 28).

O problema é que às vezes os velhos não sabem a hora de sair de cena, de ceder lugar aos que estão chegando. Não se contentam apenas em projetar, querem também os créditos pela a execução da obra. Temos que aprender com Salomão, que pediu ao Senhor que lhe desse espírito de sabedoria para que soubesse como entrar e como sair. Ele mesmo constatou que “uma geração vai, e outra geração vem, mas a terra permanece para sempre” (Ecl.1:4).

Há que se respeitar o momento de transição, de passagem de bastão entre a geração que sai, e a geração que vem. Uma espécie de “gabinete de transição”, como aquele que o novo presidente dos Estados Unidos instalou em Washington. Deve ser um momento de transição, não de crise ou ruptura.

A geração que vai não precisa sair totalmente de cena. Ela pode continuar trabalhando atrás dos bastidores, desenhando, esboçando o futuro.

E quanto à geração que vem?

Se os velhos sonharem, os jovens terão visão. O que era apenas um sonho, tornar-se-á realidade sob a batuta da nova geração.

Mas se os velhos se entregarem ao ostracismo, deixarem de sonhar, os jovens perderão a esperança e deixarão de produzir. Jovens visionários são resultado de uma geração sonhadora que os antecedeu.

Há que se acrescentar que os jovens precisam aprender a dar os devidos créditos aos que os antecederam. Eles não têm que reinventar a roda, só pra ficar com todos os créditos. Basta-lhes o privilégio de tornar real o que foi sonhado e planejado antes deles.

E quando estiverem velhos, serão igualmente honrados por aqueles que os sucederem.

Quando lhes faltar forças pra continuar no front de batalha, lhes terá chegado a hora de serem promovidos a sonhadores, arquitetos para as gerações que lhes sucederão.

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Saudade do futuro...

“Saudade”. Sem dúvida uma das mais belas palavras de nossa língua. Uma das únicas que não podem ser traduzidas pra nenhum outro idioma.


Embora só exista “saudade” em português, este sentimento é comum a todos os povos e culturas. Temos saudade do que passou, de pessoas que se foram, de experiências que vivemos, e até daquilo que fomos um dia.

Mas a pior das saudades é a saudade do futuro.
Como é possível sentir saudade do que ainda não vivemos? Que sentimento é esse?
Imaginemos uma mulher grávida, que subitamente aborta o filho. Mesmo sem nunca tê-lo embalado em seu colo, nem tê-lo visto, o que ela sente é saudade. Não é saudade da barriga preponderante, mas de um futuro que jamais se concretizará. Saudade de toda expectativa investida. Saudade de um choro de criança que ela jamais ouvirá.

É uma sensação estranha, porém, real. Cada momento que vivemos está grávido do futuro.
O futuro é fruto do casamento entre a eternidade e o agora.

Às vezes temos a sensação de que o futuro foi abortado. É esta sensação que produz em nós um tipo de saudade do futuro.

O sábio Salomão diz que Deus “pôs a eternidade no coração dos homens” (Ec.3:11). Em outras palavras, Deus fecundou nossa alma com a semente da eternidade.

Nosso corpo está sujeito ao tempo, mas nossa alma nos conecta diretamente à eternidade. E é por isso que Paulo declarou: “Por isso não desfalecemos. Ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia” (2 Co.4:16).

Se a fé nos conecta à eternidade, a esperança nos conecta ao futuro.

Há situações que enfrentamos em nosso dia a dia que parecem destruir nossa esperança. Aos poucos, a esperança vai cedendo lugar ao desespero. E quando isso acontece, não é apenas o corpo que se consome, mas também o homem interior.

Jó experimentou isso na pele e na alma:

“O meu espírito vai-se consumindo, os meus dias vão-se apagando, e só tenho perante mim a sepultura”. Jó 17:1

Isso me lembra uma cena do filme “De volta para o futuro”, em que o protagonista volta ao passado, e percebe que uma foto que ele trouxera do futuro está se apagando, pelo fato de seu passado estar sendo alterado, e seu futuro comprometido.

Não há como retornar ao passado para alterar o presente ou o futuro. Mas podemos viver o presente comprometidos com o futuro.

Quando vivemos sem qualquer perspectiva, nosso espírito vai se consumindo, quando a vontade de Deus é que ele se renove dia após dia. É nosso homem exterior que se corrompe com o tempo. Nosso espírito tem que ser constantemente renovado. A esperança é a fonte da juventude, onde nosso espírito deve mergulhar para manter-se sempre jovem e disposto.

Se nosso espírito for consumido pela falta de perspectiva, nossos dias desbotarão, e a vida perderá sua cor. Então, só nos restará uma possibilidade: a sepultura.

Nossos dias se apagam, quando nosso futuro se desvanece. Quando já não temos expectativas, nem esperança.

Era assim que Jó se sentia.

“Os meus dias passaram, malograram-se os meus propósitos, e as aspirações do meu coração (...). Se a única casa pela qual espero for a sepultura, se nas trevas estender a minha cama, se à corrupção clamar: Tu és meu pai; e aos vermes: Vós sois minha mãe e minha irmã, onde estará então a minha esperança? Sim, a minha esperança, quem a poderá ver?” Jó 17:11,13-15

Lembremo-nos que a fé que nos conecta à eternidade. Mas é a esperança que nos impulsiona para o futuro. Quando a esperança se esvai, temos que recorrer à fé.

Paulo diz que devemos atentar “nas coisas que se vêem, mas nas que não se vêem. Pois as que se vêem são temporais, e as que não se vêem são eternas (...). Andamos por fé, e não por vista” (2 Co. 4:18; 5:7).

O futuro não pode ser abortado, mas a esperança sim. E se ela tem sido sabotada pelas circunstâncias adversas, somente a fé poderá restaurá-la.

Foi o que aconteceu a Abraão, que “em esperança, creu contra a esperança, que seria feito pai de muitas nações (...). E não enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio corpo amortecido” (Rm.4:18a,19a).

Soa estranho para nós o fato de alguém crer contra a esperança. A fé deve ter primazia sobre a esperança.

A fé nos faz acessar a eternidade, onde o futuro já é presente, um presente que ainda não foi desembrulhado.

Na definição do autor sagrado, “a fé é a certeza das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem” (Hb.11:1).

Nossa fé deve estar voltada para Aquele que “chama a existência as coisas que não são, como se já fossem” (Rm.4:17).

O que ainda será na perspectiva do tempo, já o é na eternidade.

Crer contra a esperança, é, ao mesmo tempo, crer aliado à esperança. É transcender o tempo e o espaço, e vislumbrar a eternidade.

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Nossa dívida com o futuro

“Eu sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes. De sorte que, quanto está em mim, estou pronto para vos anunciar o evangelho, também a vós que estais em Roma”. Romanos 1:14-15

Paulo, como apóstolo da Graça de Deus, sabia que sua dívida com Deus havia sido quitada na Cruz. Entretanto, ele reconhece uma nova dívida, contraída no momento em que o Senhor o salvou e o constituiu “apóstolo” aos gentios.

Todos tínhamos uma dívida com o passado, e agora, temos uma dívida com o futuro.Tínhamos uma dívida com Deus, e agora, temos uma dívida com o mundo.

De onde veio essa consciência em Paulo? Ele mesmo responde:

“Sou grato para com aquele que me fortaleceu, Cristo Jesus, nosso Senhor, que me considerou fiel, designando-me para o ministério, a mim, que, noutro tempo, era blasfemo, e perseguidor, e insolente. Mas obtive misericórdia, pois o fiz na ignorância, na incredulidade. Transbordou, porém, a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo Jesus. Fiel é a palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal. Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna”. 1 Timóteo 1:12-16.

Paulo sabia que o Senhor o escolhera e salvara para que seu testemunho servisse de modelo à todos quanto fossem alcançados pelo Evangelho. Pregar o Evangelho não era algo facultativo, mas uma obrigação. “Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois sobre mim pesa essa obrigação; porque ai de mim se não pregar o evangelho! Se o faço de livre vontade, tenho galardão; mas, se constrangido, é, então, a responsabilidade de despenseiro que me está confiada. Nesse caso, qual é o meu galardão? É que, evangelizando, proponha, de graça, o evangelho, para não me valer do direito que ele me dá. Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. Procedi, para com os judeus, como judeu, a fim de ganhar os judeus; para os que vivem sob o regime da lei, como se eu mesmo assim vivesse, para ganhar os que vivem debaixo da lei, embora não esteja eu debaixo da lei. Aos sem lei, como se eu mesmo o fosse, não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo, para ganhar os que vivem fora do regime da lei. Fiz-me fraco para com os fracos, com o fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns. Tudo faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele”. 1 Coríntios 9:16-23.

Não importava o preço que teria que ser pago, Paulo estava disposto a tudo para cumprir sua missão. Nem mesmo sua vida era tida por valiosa, em comparação à sua missão.“Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At.20:24). Apesar de ser uma “obrigação”, Paulo cumpria com “alegria” o seu ministério. Não era apenas uma obrigação, mas uma “graça”, um privilégio.


“Fui feito ministro deste evangelho, segundo o dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder. A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas insondáveis de Cristo” (Efésios 3:7-8).Tal sentimento deveria pulsar no coração de cada cristão. Somos todos devedores, e não temos alternativa, senão, anunciarmos o Evangelho indistintamente.

O que ocorre quando não cumprimos nosso dever de evangelizar o Mundo?

“Certa mulher, das mulheres dos discípulos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo: Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que ele temia ao SENHOR. É chegado o credor para levar os meus dois filhos para lhe serem escravos. Eliseu lhe perguntou: Que te hei de fazer? Dize-me que é o que tens em casa. Ela respondeu: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite. Então, disse ele: Vai, pede emprestadas vasilhas a todos os teus vizinhos; vasilhas vazias, não poucas. Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o teu azeite em todas aquelas vasilhas; põe à parte a que estiver cheia. Partiu, pois, dele e fechou a porta sobre si e sobre seus filhos; estes lhe chegavam as vasilhas, e ela as enchia. Cheias as vasilhas, disse ela a um dos filhos: Chega-me, aqui, mais uma vasilha. Mas ele respondeu: Não há mais vasilha nenhuma. E o azeite parou. Então, foi ela e fez saber ao homem de Deus; ele disse: Vai, vende o azeite e paga a tua dívida; e, tu e teus filhos, vivei do resto”. 2 Reis 4:1-7.

Aquele “discípulo dos profetas” morrera, mas deixara uma dívida para a sua família. E seus credores queriam nada mais nada menos que os seus filhos, como pagamento da dívida. Assim também, quando não pagamos nossa dívida com o mundo, muitas vezes, nossos filhos são tomados como pagamento.


Por que há tantos filhos de crentes afastados do Caminho? Não adianta sermos discípulos de um grande profeta, ou apenas temermos ao Senhor. Não sabemos quando deixaremos este mundo, e por isso, urge gastarmos cada momento de nossa vida, no cumprimento de nossa missão. Não podemos deixar uma dívida para trás, para que nossos filhos sejam dados como pagamento. Gerações inteiras de cristãos deixaram este mundo sem cumprir cabalmente sua missão.

Estamos pagando pela dívida que estas gerações nos deixaram. Por que o mundo está tão violento? Por que tantas guerras? Tanta fome? A Igreja tem sido negligente em sua missão. Desde que surgiu o boato de que Cristo estaria prestes a voltar, e que Seu retorno resultaria no fim do mundo, a Igreja cruzou os braços, e entregou o mundo às baratas. E o pior é que esse “boato” se tornou doutrina e ortodoxia.

Eliseu perguntou àquela mullher o que ela tinha em sua casa. Uma botija de óleo, era tudo que ela possuía. Aos olhos do profeta, aquilo seria o ponto de partida.Cremos que Deus pretende restaurar o Mundo. Mas qual será o ponto de partida desta restauração? Aquilo que temos em casa: nossos filhos, nossa família.Nossa família é nossa botija de óleo. Nossos filhos são nossa contribuição particular para um mundo melhor. Mas não podemos parar aí. Ela é o ponto de partida, mas não é a linha de chegada.

Eliseu mandou que aquela mulher fosse aos vizinhos, e recolhesse o maior número possível de vasilhas vazias. E o que ela fez? Enviou os seus filhos.Precisamos conscientizar nossos filhos de que eles são nossos “enviados especiais”, nossos missionários, nossa extensão.São eles que vão buscar “vasilhas” na escola, na faculdade, na vizinhança, na parentela. Tragas as vasilhas, seguindo à orientação do profeta, ela fechou a porta sobre si e seus filhos, e começou aencher as vasilhas, com o óleo que havia em sua pequena botija. À medida que as vasilhas eram cheias, ela as separava das demais. Esse é o processo de santificação.


O Espírito Santo enche e separa. A Igreja deve ser constantemente enviada ao mundo, mas jamais pode negligenciar a santificação. As vasilhas chegam vazias, são cheias e depois, separadas.“Fechar a porta” também aponta para a importância do culto familiar, do Altar Doméstico. Enquanto havia vasilhas vazias, o óleo não parava de jorrar. Mas quando as vasilhas acabaram, o óleo cessou.“Fechar as portas” oferece benefícios e riscos. Devemos fechá-las, mas não trancá-las. Não podemos impedir o fluxo de novas vasilhas. Se elas pararem de chegar, o óleo vai parar de fluir.Não há limites para Deus. Há óleo suficiente para encher todas as vasilhas do Mundo!

Nossa dívida para com as próximas gerações

Se, de alguma maneira, as gerações anteriores nos deixaram uma dívida, não podemos fazer o mesmo às gerações que nos sucederão.Tudo o que Deus está fazendo em nossos dias, não visa apenas o nosso aprazimento, mas também o benefício das próximas gerações.“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nas regiões celestiais, em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros as abundantes riquezas da sua graça” (Efésios 2:4-7a). Tudo o que Deus tem realizado em nossa geração, é um recado às gerações vindouras. A cada nova geração, um maior número de pessoas deve converter-se ao Senhor. E isso se dará pela pregação do Evangelho, e pelo testemunho das gerações anteriores.

Isso está claro em Salmos 22:27-31: “Todos os confins da terra se lembrarão, e se converterão ao Senhor; todas as famílias das nações adorarão perante ele, pois o reino é do Senhor, e ele domina entre as nações (...) A posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor às gerações futuras. Proclamarão a sua retidão ao povo que há de nascer, pois ele o fez”.

E no Salmo 102:18 lemos: “Escreva-se isto para a geração futura, e o povo que está por vir louve ao Senhor”. E ainda no Salmo 145:4: “Uma geração louvará as tuas obras a outra geração; anunciarão as tuas proezas”.

Chega dessa paranóia de que somos a geração X, aquela que presenciará o arrebatamento. Tal perspectiva nos priva de uma visão mais otimista do futuro da humanidade. Que sejamos a geração que tomará consciência de suas obrigações para com as gerações futuras, e fará alguma coisa, para preparar-lhes o caminho.

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Que futuro?

"Jerusalém gravemente pecou (...) ela não pensou no seu futuro." Lamentações 1:8-9.

Ninguém quis dar ouvidos à advertência dos profetas.

- Jerusalém cairá! diziam eles em uníssono.

Desde que o povo hebreu entrou na Terra Prometida, os anos sabáticos foram negligenciados.

De acordo com a ordem divina, podia-se cultivar a terra por seis anos, mas no sétimo, a terra deveria descansar (Lv.25:3-5). 490 anos se passaram, e a terra continuava sendo cultivada ininterruptamente.

Interessante que hoje, milhares de anos depois, a ciência comprova que se a terra não descansar a cada seis colheitas, ela perde a produtividade.

Chegara a hora da cobrança.

A terra já não suportava mais. E se ela deixasse de produzir, a fome destruiria aquela nação.

Jeremias, em suas Lamentações, afirma que o pecado de Jerusalém foi não pensar no seu futuro. Aquela era uma geração inconseqüente e irresponsável.

Nossa sociedade tem incorrido no mesmo erro. Somos uma civilização imediatista. Só pensamos nas necessidades imediatas.

Enquanto isso, o futuro está sendo sacrificado no altar das conveniências.

Nossos rios estão poluídos. Nosso abastecimento de água potável está ameaçado. Milhares de espécies de animais correm o risco de serem extintas ainda este século. Nosso ar está irremediavelmente comprometido pelos gases tóxicos emitidos pelas chaminés das fábricas.

Não temos pensado em nosso futuro.

Se o que se tem pregado em muitos púlpitos for verdade, não temos com que nos preocupar. Afinal, somos a última geração! Infelizmente, é nisso que a maioria dos cristãos crê em nossos dias.

Se continuar nesse ritmo, nossa civilização cairá.

O papel do profeta não é prever, mas prevenir.

Não podemos continuar nessa marcha rumo à aniquilação. Algo precisa ser feito. E o primeiro passo é a conscientização acerca do problema e da responsabilidade que temos como sociedade.

Um dia, a terra vai cobrar! E já está cobrando. A conta é caríssima. Quem vai pagar? As próximas gerações. Em outras palavras, estamos deixando a conta para nossos filhos e netos.

Nossa dívida com a terra já está rolando há muito tempo. São juros sobre juros.
O povo de Jerusalém já devia 70 anos sabáticos à sua terra. Em 490 anos, eles jamais atentaram para esse mandamento. Chegara a hora de cumprir a sua parte no trato feito com Deus.

Nabudonozor foi o monarca babilônio usado por Deus para remover os judeus de sua terra. Foram exatos 70 anos de exílio, para que a terra recebesse o descanso devido.

Setenta anos sem arado, sem semeadura, sem colheita.

Foi Zacarias quem profetizou já no fim do exílio babilônico: “...Toda a terra está tranqüila e descansada. Então disse o anjo do Senhor: Ó Senhor dos Exércitos, até quando não terás compaixão de Jerusalém, e das cidades de Judá, contra as quais estiveste irado estes setenta anos?” (Zc.1:11b-12).

O juízo de Deus não se restringe ao aspecto punitivo, mas sempre traz em seu bojo a manifestação da misericórdia de Deus à Sua criação.

Quando os judeus chegaram à Babilônia, muitos profetas se levantaram para consolar seus patrícios, afirmando que seu cativeiro duraria pouquíssimo tempo. Porém Deus levantou Jeremias pra garantir àquela gente, que seu cativeiro duraria pelo menos por duas gerações.

Não adiantaria murmurar, reclamar, ou promover algum tipo de levante contra aquela situação. Sua terra precisaria de um descanso de 70 anos.

Destoando completamente de seus colegas, Jeremias diz:

“Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, a todos os que foram transportados, que eu fiz transportar de Jerusalém para Babilônia: Edificai casas, e habitai nelas; plantai pomares, e comei o seu fruto. Tomai mulheres, e gerai filhos e filhas; tomai mulheres para os vossos filhos, e dai as vossas filhas a maridos, para que tenham filhos e filhas. Multiplicai-vos, e não vos diminuais”.
Jeremias 29:4-6

Em outras palavras, era hora de desfazer as malas, e programar-se para o futuro. Nada de alienação, nem falsas esperanças. Ali era seu novo lar. Em vez de lamentar-se a vida inteira, eles deveria edificar, plantar, comer, construir relacionamentos, criar filhos e etc.

Jeremias prossegue:

“Procurai a paz e a prosperidade da cidade, para onde vos fiz transportar. Orai por ela ao Senhor, porque se ela prosperar vós também prosperais”. Jeremias 29:7

Quem disse que nossa prosperidade independe da realidade social na qual estamos inseridos? É claro que Deus é poderoso o suficiente pra nos fazer prosperar a despeito da crise econômica em que nosso país esteja mergulhado. Entretanto, em Sua sabedoria, Deus nos permite passar pelas mesmas situação e adversidades que os demais. Salomão reconhece isso ao declarar: “Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao mau, ao puro e ao impuro” (Ecl.9:2).

Ninguém está imune às adversidades desta vida. Portanto, em vez de buscar nosso bem-estar particular, devemos buscar incessantemente o bem-estar de todos à nossa volta. Se nosso país prospera, nós também prosperamos. Se ele sofre, nós também sofremos.

Não consigo entender a indiferença de muitos cristãos para com as questões sociais e ambientais. Parecem pessoas de outro mundo.


Todos somos igualmente vítimas dos maus tratos sofridos pelo meio-ambiente. Todos somos vítimas das injustiças sociais.

A alienação constatada no meio cristão é fruto de uma mensagem desiquilibrada, que leva as pessoas a acreditarem que esse mundo não tem jeito, e que a única coisa a fazer é esperar pelo dia em que seremos arrebatados ao céu.

Pregadores e teólogos regem o côro que diz: quanto pior, melhor. Para eles, isso aceleraria a volta de Jesus.

Para eles, simplesmente não há futuro. Pelo menos, não nesta terra.

Por isso, os crentes parecem estar sempre de “malas prontas” pra partir daqui. Eles são constantemente alertados: Vivam hoje, como se fosse o último dia.

Até que ponto, esse tipo de postura não faz de nós um povo alienado?

Ora, se somos a última geração, por que deveríamos nos preocupar com questões como a camada de ozônio, a emissão de gases tóxicos, a má distribuição de renda, e outras questões pertinentes.

Geralmente, os crentes estão mais preocupados com questões de cunho moral, tais como o aborto, o homossexualismo, a liberação das drogas e etc. Não que estas questões não tenham seu grau de importância. Mas o fato é que estamos coando mosquitos, e engolindo camelos o tempo inteiro.

Quando Cristo vier, Ele certamente deseja encontrar uma igreja militante, de mangas arregaçadas, trabalhando pela transformação do mundo. Infelizmente, o que vemos hoje, é uma igreja apática, alienada, gnóstica, e descomprometida com a agenda do Reino de Deus.

Se não precisássemos nos preocupar com aquilo que ocorre em nosso mundo, como se isso não nos afetasse, Paulo jamais nos teria admoestado:

“Exorto, pois, antes de tudo, que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e sossegada, em toda piedade e honestidade.” 1 Timóteo 2:1-2.

Leis que são votadas na surdina no Congresso Nacional, afetam em cheio o nosso cotidiano.

Não podemos mais fingir que está tudo bem, nem dar ouvidos aos profetas da comodidade. O mundo não está acabando! Há futuro para a humanidade.

Veja o que a boca do Senhor diz:

“Pois eu sei os planos que tenho para vós, diz o Senhor, planos de paz, e não de mal, para vos dar uma esperança e um futuro.” Jeremias 29:11.

Ora, se há futuro para nós, temos que agir hoje, como se fosse o primeiro dia do resto de nossas vidas. Temos que pensar naqueles que nos sucederão.

Quando ouço alguns pastores afirmando que o mundo está caminhando para um fim iminente e trágico, tenho vontade de perguntar qual a razão de a maioria deles parecer tão preocupada em construir templos suntuosos.

Se não há futuro, não há razão pra construir nada. Cruzemos os braços, e aguardemos o pior.

Mas se há futuro, arregacemos as mangas, e mãos à obra!

E lembremo-nos de que, não é a Terra que será destruída, e sim, aqueles que a destroem (Ap.11:18).

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Uma nova concepção de "igreja"

A igreja contemporânea (salvo exceções), não passa de uma caricatura mal acabada da verdadeira igreja de Cristo, cujo protótipo pode ser claramente visto nas páginas de Atos dos Apóstolos.


Urge refomatarmos nossa concepção eclesiológica.

A igreja enquanto instituição deveria ser vista como a placenta onde a nova humanidade está sendo gestada. Quando chegar a hora do parto, a placenta pra nada mais servirá, e será descartada.

Por isso, não há templos na Sociedade Definitiva,vislumbrada por João em Apocalipse.

A igreja é o andaime usado pelo Grande Construtor,que será removido tão logo a obra tenha sido concluída.
A Igreja que perdurará por toda a Eternidade é a Nova Humanidade, a Civilização do Amor, que tem como Cabeça o Novo Adão, Jesus Cristo.
Enquanto a "igreja" insistir em trabalhar voltada para si mesma, e para a manutenção de seus projetos, ela estará fadada a perder a relevância no Mundo. A igreja precisa converter-se ao Mundo, pois foi para o benefício dele que ela foi levantada.
Christus Victor!

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