segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Vivendo à frente do nosso tempo

Anos atrás, estive pregando em uma igreja em Jacksonville, Florida. O Rev. Paul Zink nos levou para conhecer a propriedade onde seria construída a catedral da New Life Christian Center. Quando chegamos ao terreno, confesso que fiquei desapontado. A propriedade ficava fora da área urbana, no meio de um denso bosque. Quando percebeu nosso desapontamento, o Rev. Zink tratou de nos explicar que a escolha do terreno foi criteriosa, resultado de uma pesquisa junto ao gabinete do Condado, para saber para onde a cidade estava crescendo. Embora aquela área ainda estivesse intacta do ponto de vista urbanístico, tudo indicava que em poucos anos haveria ali muitos condomínios, shoppings, edifícios de escritório, restaurantes e etc. Em outras palavras, a igreja se antecipou à tendência, chegando antes dos demais.


Atualmente, sua catedral ocupa um dos lugares mais valorizados da cidade.

Creio que este episódio nos fornece uma analogia de como a igreja de Cristo deveria agir.

Durante muito tempo, a igreja esteve na vanguarda da sociedade. Muitos cientistas, políticos, educadores, músicos, artistas, eram oriundos do Cristianismo. Até que surgiu o dispensacionalismo, anunciando que o fim do mundo estava próximo, e que não valia a pena envolver-se com qualquer questão que não fosse a salvação das almas. Por causa desta visão, que aos poucos se tornou predominante, a igreja retrocedeu.

Por quase duzentos anos, temos vivido aquem da sociedade na qual estamos inseridos. Tornamo-nos um ente anacrônico, oferecendo respostas à perguntas que ninguém está fazendo. Tentando impor pontos de vista predominantes na Era Medieval.

Declaramos guerra contra a ciência e a cultura. Por isso, perdemos a pertinência e a relevância histórica. O trem passou, e nós cochilamos na estação.

Recentemente, com o advento da internet, muitos cristãos começaram a questionar certos posicionamentos, e a compartilhar seu descontentamento. Surgiu, então, o movimento conhecido como "igreja emergente".

A impressão que se tem é que finalmente alcançamos o mundo. Estamos caminhando par-a-par. Deixamos nossas trincheiras teológicas, e abrimos canais de diálogo, tanto com a cultura, quanto com a ciência.

Não se trata de uma conformação com o mundo, mas de uma contextualização.

Entramos na Pós-modernidade. Com certo atraso, é verdade... mas chegamos.

Mas sinceramente, ainda não estou satisfeito.

Penso que está chegando a hora de darmos um passo adiante. Em vez de simplesmente nos ajustar aos novos tempos, está na hora de assumir a dianteira, e antecipar tendências.

A exemplo do que fez o Rev. Zink, precisamos perguntar em que direção nossa sociedade caminha, e buscarmos chegar antes dela. Eu sei que isso implicaria num exercício de imaginação, semelhante ao dos autores de ficção científica, mas vale a pena.

Temos que responder às questões da pós-modernidade, porém não podemos parar aí. Temos que prever quais questões emergirão, e nos preparar para respondê-las.

Tomemos como exemplo aquela mulher que sem pedir licença, entrou no recinto onde Jesus estava, e derramou sobre Ele o seu perfume. Enquanto outros censuravam, Jesus a defendia, alegando que ela se antecipara, preparando-O para o Seu sepultamento.

Que sejamos uma igreja mais arrojada, pró-ativa em vez de reativa. Não apenas antecipemos tendências, mas ditemos algumas delas. Sejamos o povo do futuro. É como se houvéssemos vindo do futuro, para mostrar à humanidade em que direção ela deve caminhar.

A propósito, as Escrituras dizem que as nações andariam à nossa luz. Somos, ou pelo menos, deveríamos ser o paradigma de uma nova civilização. Somos o embrião da nova humanidade.

O que um mundo emergente necessita é de uma igreja convergente.

Jesus disse que ao ser levantado da Terra, Ele atraíria todos a Si. Repare nisso: primeiro, emergência; depois, convergência.

Depois de muito tempo submersos, finalmente emergimos. O Mundo começa a nos olhar com outros olhos. Deixamos de ser pessoas alienadas, para ser pessoas antenadas com o seu tempo. Abandonamos um tipo de santidade repelente, para expressarmos uma santidade atraente.

Estou convencido de que o próximo passo da igreja cristã será esse. Cultura, ciências, artes, política, tudo deve convergir n'Ele, cujo Corpo é a Sua Igreja.

Fomos destinados a ser a locomotiva do Mundo; os protagonistas da História, e não apenas seus coadjuvantes, e muito menos seus expectadores.

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